quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Daquilo que permanece só por dentro


Feito a casca que se rompeu,
escancarei-me a ti.
Contei meus segredos mais íntimos,
meus sonhos mais utópicos.
Dei-te minhas horas de sono.

Guardei teus olhos na minha lembrança,
o teu gosto na minha fome,
a marca da tua boca num pedaço de papel.
E permaneço com nossa trilha sonora
ainda embalando meus ouvidos.

Fizeste um Carnaval em meu coração...
Mas hoje, nessa quarta, ele está em cinzas.
Eu sei, já é fora de época,
mas também sei
que desde que te conheci o meu tempo parou.
Meus passos se perderam
desde q’eu quis rumar contigo.

Hoje você ruma em outra estrada
e eu tento outro caminho.
Minha esperança foi-se embora,
mas ainda te tenho aqui por dentro.


Jefferson Santana - 24/12/2014